sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Dylan shared the dream

Estamos em Agosto de 1993 e apesar de um álbum "The Times They Are A-Changin'" só ter sido lançado em Janeiro de 1994 já Bob Dylan dá a conhecer o ser repertório. Todo o álbum é um grito de desespero. Problemáticas como racismo, pobreza e injustiça social são abordadas em praticamente todas os temas. De entre todos, e muito provavelmente voltaremos ao álbum, escolhi "Only A Pawn In Their Game" como tema para hoje. A música e letra falam por si, pouco mais será preciso dizer quanto a esse tema.


John F. Kennedy é assassinado pouco tempo depois da marcha de Washington de 1963 onde Martin Luther King 
viria a fazer o tão conhecido discurso "I have a dream". A marcha teve como objectivo reivindicar pelos direitos cívicos e económicos dos americanos com ascendência africana. Entre os convidados a actuar esteve não só Bob Dylan como também, e entre outros, Joan Baez, que de certo fará parte desta rubrica mais cedo ou mais tarde.

Com o assassinato de Kennedy poucos tempo depois da marcha e de terminadas as gravações do álbum em estúdio e com a crescente responsabilidade cívica que lhe era atribuída, Dylan decide começar a mudar de rumo. Por desilusão, impotência, indiferença, pouco importa perceber o que leva Dylan a afastar-se cada vez mais das causas e das lutas sociais, o que importa é perceber e reconhecer como ele contribuiu para as mesmas.

O álbum e esta música em particular são reveladores, mais uma vez, da genialidade poética e da capacidade de Dylan falar com a razão e desvendar as problemáticas que observa.


"The Times They Are A-Chingin' - Only A Pawn In Their Game"

Actuação de uma das duas músicas que Dylan cantou na marcha de 1963

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Deixem o Bob ser livre...

Hoje terminamos Freewheellin' Bob Dylan, ou pelo menos por agora, já que podemos sempre cá voltar. E para o fim Dylan reserva-nos uma surpresa. O humor. Quem diria que havia espaço para o humor na música de Bob Dylan. Há quem diga que a música não tem lugar neste álbum, há quem diga que a razão pela qual ela se apresenta, principalmente como a última faixa, é porque Dylan tenta retirar o peso de tantas emoções vividas Nas músicas anteriores.

Eu, no alto da minha opinião, penso que o humor e a música menos séria está aqui numa ligação ao tema. Muito resumidamente, eu sou Bob Dylan, não vos devo nada, quem manda na minha música sou eu, faço o que quero, sou livre. Se tivesse ouvido o álbum em 1962 não teria esta opinião pois claro, mas conhecendo um pouco da dinâmica e história de Dylan é a conclusão a que chego. Não me dêem a importância que eu não acho ter. Deixem-me em paz, ouçam a música por ser música.

Boa sexta-feira!



I took me a woman late last night
I's three-fourths drunk she looked half right
'Til she started peelin' off her onion gook
She took off her wig, said, "How do I look" ?
I's high flyin', out the window, bare naked....

Well, sometimes I might get drunk
Walk like a duck and smell like a skunk
Don't hurt me none, don't hurt my pride
I got my little lady right by my side
(Pretendin'
She don't know me).

I's out there paintin' on the old wood shed
When a can a black paint it fell on my head
I went down to scrub and rub
But I had to sit in back of the tub
(Cost a quarter).

Well, my telephone rang it would not stop
It's President Kennedy callin' me up
He said, "My friend, Bob, what do we need to make the country grow" ?
I said, "My friend, John, "Brigitte Bardot,
Anita Ekberg
Sophia Loren"
Country'll grow.

Well, I got a woman five feet short
She yells and hollers and squeals and snorts
She tickles my nose pats me on the head
Blows me over and kicks me out of bed
(She's a man eater
Meat grinder
Bad looser).

Oh, there ain't no use in me workin' alla time
I got a woman who works herself blind
Works up to her britches, up to her neck
Write me letters and sends me checks
(She's a humdinger
Folk singer).

Late one day in the middle of the week
My eyes were closed I was half asleep
I chased me a woman up the hill
Right in the middle of an air drill
(I jumped a fallout shelter
I jumped the string bean
I jumped the TV dinner
I jumped the shot gun).

Now, the man on the stand he wants my vote
He's a-runnin' for office on the ballot note
He's out there preachin' in front of the steeple
Tellin' me he loves all kinds-a people
(He's eatin' bagels
He's eatin' pizza
He's eatin' chitlins).

Oh, set me down on a television floor
I'll flip the channel to number four
Out of the shower comes a football man
With a bottle of oil in his hand
(Greasy kid stuff)

Well, the funniest woman I ever seen
Was the great-granddaughter of Mr. Clean
She takes about fifteen baths a day
Wants me to grow a moustache on my face
(She's insane, crazy house).

(...)

Well, ask me why I'm drunk alla time
It levels my head and eases my mind
I laugh and talk, smile and sing
I see better days and I do better things
(I catch dinosaurs
I make love to Elizabeth Taylor ...
Catch hell from Richard Burton !)

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Identidade - Lucy Jones

E estes gauchos a fazerem de Franz Ferdinand em Porto Alegre que aqui parece Londres? Isto deve ser para ai de 2006!

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

0 - 10 - Kiwi

Tudo pronto para uma nova rubrica? Hoje é segunda-feira 13 e apetece-me. Isso, não faz sentido, eu sei. 

Vai-se chamar de 0 a 10. É favor votar em comentário. Pode ser 0 a 10 no cômputo geral, ou em diferentes escalas. Tipo video-clip, instrumental, voz, o que vos apetecer. Siga a dança!

PS. A Maria está comigo neste post! Dançámos e cantámos isto juntos haha Maria, tirupéduchão!

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Alberta, Corrina, Sara, Johanna...

...todas elas, de uma forma ou de outra, fonte de inspiração de Bob Dylan.

Se há duas semanas ouvimos 'Girl From the north country', hoje voltamos à música com amor. 'Corrina, Corrina' abre o caminho a um tema recorrente no repertório do poeta/cantor, a distância. Na interpretação destaco a forma como Dylan dá vida às palavras, exemplo disso aquando da frase: 'I got a bird that whistles, I got a bird that sings'. É característico do autor dar vida própria às palavras e essa simplicidade. Acontece aqui, em 'Alberta', 'Sara, 'Vision of Johanna' e muitas outras. Mais uma vez a constante mudança de ritmo e de tema, de canção para canção torna em Bob Dylan e os seus álbuns em autênticas caixas de surpresa.

Espero que gostem.

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

A Hard Rain's A-Gonna Fall

Atire o primeiro poema quem escreve música de intervenção melhor que Bob Dylan. Hoje vamos para a guerra. Com o passar do tempo vamos perceber que Dylan sempre se esquivou a ser o porta bandeira de uma nação, de um geração ou mesmo de uma ideologia. Ainda assim isso não impediu quem o seguia de se colocar aos ombros da sua música para lutar contra o sentimento de que todos os problemas se resolviam com conflito e guerra. E com A Hard Rain's A-Gonna Fall foi o que aconteceu. Em Outubro de 1962 com a Crise dos Mísseis Cubanos, que viu os Estados Unidos e a União Soviética quase chegar a vias de facto. Com a música a ser escrita e publicada antes da data seria impossível terem relação, mas isso não impediu de servir de hino à paz por parte de muitos americanos.

Sendo, como já foi referido, Freewheelin' Bob Dylan fundamental no repertório do cantor, A Hard Rain's A-Gonna Fall é um peça do puzzle não só fundamental, como única. Um estilo de composição nunca mais visto pelo cantor, inspirado em canções Anglo-Escocêsas, Bob Dylan produz uma obra sem igual. O autor disse um dia que cada linha é apenas o início de uma canção que ele gostaria de escrever mas que não teria tempo na sua vida para o fazer. Sendo um conjunto de canções, um hino à paz, uma carta aberta à guerra, o que é certo que esta é uma das obras mais conhecidas e tocadas de Dylan.

Recorde-se que em 1962 Bob Dylan tinha apenas vinte e quatro anos. A capacidade de nos embrenhar na sua própria imaginação e de ao mesmo tempo nos transportar para a realidade é ímpar e difícil de compreender em tão tenra idade.


Oh, where have you been, my blue-eyed son?
 Oh, where have you been, my darling young one?
 I’ve stumbled on the side of twelve misty mountains
 I’ve walked and I’ve crawled on six crooked highways
 I’ve stepped in the middle of seven sad forests
 I’ve been out in front of a dozen dead oceans
 I’ve been ten thousand miles in the mouth of a graveyard
 And it’s a hard, and it’s a hard, it’s a hard, and it’s a hard
 And it’s a hard rain’s a-gonna fall

 Oh, what did you see, my blue-eyed son?
 Oh, what did you see, my darling young one?
 I saw a newborn baby with wild wolves all around it
 I saw a highway of diamonds with nobody on it
 I saw a black branch with blood that kept drippin’
 I saw a room full of men with their hammers a-bleedin’
 I saw a white ladder all covered with water
 I saw ten thousand talkers whose tongues were all broken
 I saw guns and sharp swords in the hands of young children
 And it’s a hard, and it’s a hard, it’s a hard, it’s a hard
 And it’s a hard rain’s a-gonna fall

 And what did you hear, my blue-eyed son?
 And what did you hear, my darling young one?
 I heard the sound of a thunder, it roared out a warnin’
 Heard the roar of a wave that could drown the whole world
 Heard one hundred drummers whose hands were a-blazin’
 Heard ten thousand whisperin’ and nobody listenin’
 Heard one person starve, I heard many people laughin’
 Heard the song of a poet who died in the gutter
 Heard the sound of a clown who cried in the alley
 And it’s a hard, and it’s a hard, it’s a hard, it’s a hard
 And it’s a hard rain’s a-gonna fall

 Oh, who did you meet, my blue-eyed son?
 Who did you meet, my darling young one?
 I met a young child beside a dead pony
 I met a white man who walked a black dog
 I met a young woman whose body was burning
 I met a young girl, she gave me a rainbow
 I met one man who was wounded in love
 I met another man who was wounded with hatred
 And it’s a hard, it’s a hard, it’s a hard, it’s a hard
 It’s a hard rain’s a-gonna fall

 Oh, what’ll you do now, my blue-eyed son?
 Oh, what’ll you do now, my darling young one?
 I’m a-goin’ back out ’fore the rain starts a-fallin’
 I’ll walk to the depths of the deepest black forest
 Where the people are many and their hands are all empty
 Where the pellets of poison are flooding their waters
 Where the home in the valley meets the damp dirty prison
 Where the executioner’s face is always well hidden
 Where hunger is ugly, where souls are forgotten
 Where black is the color, where none is the number
 And I’ll tell it and think it and speak it and breathe it
 And reflect it from the mountain so all souls can see it
 Then I’ll stand on the ocean until I start sinkin’
 But I’ll know my song well before I start singin’
 And it’s a hard, it’s a hard, it’s a hard, it’s a hard
 It’s a hard rain’s a-gonna fall



Uma pequena curiosidade. Aquando da recepção do Prémio Nobel em 2016, que Patti Smith simpaticamente recebeu em nome de Bob Dylan, esta é a música escolhida para a mesma cantar na cerimónia. Patti Smith é outra referência para mim e a forma como se emociona e a forma como não esconde o peso da responsabilidade do momento é enternecedor. Ao chegar ao segundo minuto o nervosismo apodera-se da cantora e a sua reacção e a reacção do público, marcaram a cerimónia.

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Juro que esta é que é a minha preferida

Depois do interregno de uma semana, eis que Dylan volta, e logo com a minha preferida. Eu sei, eu sei, todas são as minhas preferidas. Mas juro que esta é que é mesmo a minha preferida. Principalmente no dueto com Johnny Cash.

Estamos ainda a falar do álbum Freewheelin' Bob Dylan, onde não sendo um single e sem ter a notoriedade de outras músicas do álbum, este Girl From The North County é a música que mais me entusiasma em Dylan. Okay, em conjunto com muitas outras, mas há qualquer coisa de especial nesta, não sei dizer.

Não encontrei a versão original onde a voz de Dylan é tremenda. Ainda assim se recorrerem ao Spotify encontram a versão perfeitinha.

Sem mais demoras, fica a letra e a música.


"If you're traveling in the north country fair
Where the winds hit heavy on the borderline
Remember me to one who lives there
For she once was a true love of mine.

See from me if her hair hanging long
If it curls and flows all down her breast
See from me if her hair hanging long
That's the way I remember her best.


If you go when the snowflakes fall
When the rivers freeze and summer ends
Please see for me if she's wearing a coat so warm
To keep her from the howlin' winds.

If you're travelin' in the north country fair
Where the winds hit heavy on the borderline
Remember me to one who lives there
She once was a true love of mine.

If you're travelin' in the north country fair
Where the winds hit heavy on the borderline
Remember me to one who lives there
She once was a true love of mine.


True love of mine..."



sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Bob Dylan ao sabor do vento.

Estamos apenas na primeira música do segundo álbum e já Bob Dylan lançava uma obra prima que se viria a tornar maior que ele mesmo. Blowin' In The Wind foi escrita, segundo o próprio autor, em dez minutos e encarna a dúvida existencial. Do homem, da natureza e da sociedade. Sendo um dos dois 'singles' do álbum The Freewheelin' Bob Dylan, este seria o primeiro grande sucesso do cantor. A música viria a ser interpretada por inúmeros artistas ao longo dos anos e simboliza o início da veia poética pela qual Dylan viria a ser conhecido e reconhecido durante os anos vindouros.


How many roads must a man walk down
Before you call him a man
How many seas must a white dove sail
Before she sleeps in the sand
Yes, 'n' how many times must the cannon balls fly
Before they're forever banned
The answer, my friend, is blowin' in the wind
The answer is blowin' in the wind
Yes, 'n' how many years can a mountain exist
Before it's washed to the sea
Yes, 'n' how many years can some people exist
Before they're allowed to be free
Yes, 'n' how many times can a man turn his head
And pretend that he just doesn't see
The answer, my friend, is blowin' in the wind
The answer is blowin' in the wind
Yes, 'n' how many times must a man look up
Before he can see the sky
Yes, 'n' how many ears must one man have
Before he can hear people cry
Yes, 'n' how many deaths will it take till he knows
That too many people have died
The answer, my friend, is blowin' in the wind
The answer is blowin' in the wind

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Wintertime in New York town...

Antes de avançar no tempo e na música, e já que o álbum Bob Dylan (1962) tem apenas duas músicas originais, não podia deixar de mencionar Talkin' New York.

Se a voz de Bob Dylan é o que mais me prendeu nas primeiras notas, com o passar do tempo as letras do poeta foram o que fizeram a música continuar a tocar. Em Talkin’ New York Bob Dylan fala da sua chegada a Nova York nos anos 60. Com letra simples mas uma abordagem contagiante, com ritmo falado e precisão descritiva, o músico deixa fluir as suas vivências. Sem a complexidade das letras futuras, Bob Dylan, ainda assim, já provoca o sistema.

Bob Dylan em Nova York (1962)

Now, a very great man once said 
(Referência a Woody Guthrie e a sua música Pretty Boy Floyd)
That some people rob you with a fountain pen
It didn't take too long to find out
Just what he was talkin' about
A lot of people don't have much food on their table
But they got a lot of forks 'n' knives
And they gotta cut somethin'

CAFE WHA? - Um dos locais onde Bob Dylan tocava ao vivo.

A referência e apreço pelo ídolo Guthrie não fica por aí pois a estrutura da música e o seu tema vão ao encontro de “Talkin' Columbia”, um original do músico referência de Bob Dylan.

Quando decidi abraçar a discografia de Dylan, Talkin’ New York ganhou de imediato um lugar especial. Talvez pela honestidade, talvez pela imagem que nos deixa ao ouvi-la, talvez pela forma de expressão, mas muito provavelmente pelo contraste constante entre os versos e a harmónica.


sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Amores à primeira vista

Decidi hoje começar um rubrica semanal - em que Bob Dylan será o protagonista - aqui no estabelecimento. Também em forma de homenagem, como a razão por detrás da música de hoje, chegou a hora de contribuir para o Blog com alguma regularidade. Como tudo na vida, há coisas que fazem sentido quando têm que fazer sentido. Obrigado pelo Blog Telminho.

 Photo Credit: Telmo

Sentado à mesa de madeira. Na mesma que me dava dores infernais de tanto bater com os joelhos nas pontas aguçadas. Pano de fundo, as notícias na televisão. Um nome. Uma memória. Uma sombra no imaginário. Mas onde e quando ouvi eu este nome? Nunca cheguei a dar resposta à curiosidade da pergunta. Mas a mesma curiosidade fez-me pensar e procurar. Puxando o computador para perto, escrevi o nome que tanto me intrigava. Nascia, nesse instante, aquele que viria a ser o meu primeiro - de dois apenas - amor à primeira vista. Neste caso, à primeira nota. Com uma imposição voraz, ao sabor de cada nota, de cada verso. A cada rima que passava entranhava-se, mais e mais. A voz esquisita, que mais tarde Bowie descrevera como “voz de areia e cola” embrenhava-se no ouvido, o vício crescia e com ele, podia lá eu saber nesse dia, viria a transmissão de experiências ao longo de músicas sem fim. A companhia em noites de solidão, a amizade e compressão de quem nunca apertou as mãos emergia ali, naquela mesa que tantas dores me tinha causado.

Não levou muito a que começasse a recolher os poemas em forma de canção. Ouvidos, primeiro por ordem depois com a ordem da disposição, tocam até hoje, sempre que sim e porque sim.

Bob Dylan, 1962

São quase infinitas as músicas que podiam ilustrar este post e também o seu primeiro álbum de estúdio. Escolhi a música de homenagem a uma das suas referências musicais, Woody Guthrie. Com letra de Bob Dylan e música do próprio homenageado, Dylan deixa uma mensagem de agradecimento por tudo o que este fez por ele e pela música Country. Foi no hospital, onde Guthrie residia já há quatro anos, que Dylan fez questão de conhecer o seu ídolo e de lhe tocar a música de homenagem. Tendo encontrado a aprovação de veterano cantor e compositor, a música faria parte do primeiro álbum de Dylan. Uma das duas músicas originais do álbum - Song to Woody.


Siena Root - We Are Them

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Nicolas Jaar - Mi Mujer

Primeiro filme do Motelx 2017 que chegou à Noruega:
The Bad Batch

Bem bom! Acho que deviam ver e tentar perceber quem são os actores que aparecem por lá!